A pandemia trouxe mudanças significativas nos hábitos de consumo, nas prioridades financeiras e na forma como as pessoas encaram o futuro. Diante desse novo cenário, a decisão de comprar um imóvel na planta continua sendo um tema amplamente debatido.
Embora não haja uma resposta definitiva, é inegável que o investimento imobiliário é historicamente visto como uma opção segura e com boas perspectivas de valorização. No entanto, fatores como instabilidade econômica, inflação e altas taxas de financiamento podem tornar essa escolha mais desafiadora.
Para muitos brasileiros, conquistar a casa própria é um sonho, mas será que comprar um imóvel na planta é realmente um bom negócio? Quais são os riscos e benefícios dessa decisão?
Neste artigo, exploramos todos os aspectos que você deve considerar antes de investir. Continue lendo e descubra se essa é a melhor opção para você!
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Considerações essenciais antes de investir em um imóvel na planta
Adquirir um imóvel na planta exige planejamento e paciência. Os atrasos na entrega das chaves são comuns, e os custos das parcelas podem aumentar ao longo do tempo. Por isso, uma análise cuidadosa é fundamental antes de tomar essa decisão.
Ao optar por um imóvel na planta, o comprador, na prática, auxilia a construtora a financiar a obra, cujo prazo de conclusão geralmente varia entre dois e três anos. Durante esse período, a estrutura de pagamento segue um modelo específico:
- Entrada: Normalmente, exige-se um pagamento inicial de cerca de 30% do valor do imóvel, parcelado mensalmente e, em alguns casos, com cobranças adicionais semestrais ou anuais, conforme estipulado no contrato.
- Saldo devedor: O valor restante, que será financiado pelo comprador após a entrega das chaves, sofre reajustes constantes até a quitação.
Os valores das parcelas podem ser ajustados de acordo com três principais índices de correção monetária:
- INCC (Índice Nacional de Custo da Construção Civil): Aplicado ao saldo devedor e à entrada durante o período de construção.
- IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado): Usado na fase final da obra, afetando o valor devido na entrega das chaves.
- TR (Taxa Referencial): Incide sobre o financiamento após a entrega do imóvel, impactando as prestações futuras.
Compreender essas variáveis é essencial para evitar surpresas financeiras e garantir um investimento seguro. Portanto, antes de assinar o contrato, avalie sua capacidade de pagamento e acompanhe os reajustes previstos no financiamento.
Vantagens de comprar um imóvel na planta
Uma das maiores vantagens de adquirir um imóvel na planta é o custo reduzido em comparação com unidades já prontas, especialmente em regiões valorizadas. Além disso, a tendência de valorização do imóvel nos primeiros anos pode tornar essa compra um excelente investimento.
Em muitos casos, o preço do imóvel pode aumentar significativamente nos primeiros cinco anos, período que também coincide com a garantia estrutural oferecida pela construtora.
Outro grande benefício é a possibilidade de personalização. Ao comprar na planta, o comprador pode escolher acabamentos como pisos, revestimentos e esquadrias, garantindo um espaço mais alinhado às suas preferências e necessidades.
Além disso, as condições de pagamento costumam ser mais flexíveis, permitindo que o comprador faça um planejamento financeiro adequado.
O parcelamento da entrada ao longo da construção reduz a necessidade de um financiamento imediato, o que pode resultar em economia com juros bancários.
Possui desvantagens?
Apesar das vantagens, investir em um imóvel na planta exige planejamento e análise criteriosa. Alguns dos principais desafios incluem:
- Risco de desvalorização: Nem sempre o imóvel se valoriza como esperado. Se a demanda por unidades prontas for baixa no momento da entrega, o construtor pode reduzir os preços para vender as últimas unidades, impactando negativamente quem comprou antecipadamente.
- Atrasos na obra: Um dos problemas mais comuns é o descumprimento do prazo de entrega, o que pode gerar custos adicionais para quem precisa continuar pagando aluguel ou financiamentos simultaneamente. Para minimizar esse risco, é essencial verificar o histórico da construtora, analisando se seus projetos anteriores foram entregues no prazo.
- Diferenças entre o projeto e a entrega final: As imagens promocionais, como maquetes eletrônicas e modelos 3D, costumam ser meramente ilustrativas. Muitas vezes, o imóvel entregue apresenta diferenças em relação às expectativas iniciais, o que pode causar frustrações.
Para evitar surpresas desagradáveis, é fundamental ler atentamente o contrato e verificar quais garantias a construtora oferece caso o produto final não corresponda ao que foi prometido.
E se a construtora atrasar a entrega? O que fazer?
Os atrasos na entrega de imóveis na planta são comuns, mas o que realmente importa é entender quanto tempo de atraso pode ocorrer e quais são os direitos do comprador nesse cenário.
De acordo com a Lei das Rescisões (nº 13.786/18), a construtora tem um prazo de até 180 dias além da data contratual para entregar o imóvel sem penalidades. No entanto, se esse período for ultrapassado, o comprador passa a ter direito a uma indenização de 1% sobre o valor pago para cada mês de atraso.
Se o comprador preferir, também pode solicitar a rescisão do contrato e receber de volta 100% dos valores pagos. Porém, caso o cliente opte por cancelar a compra sem que haja atraso na entrega, a construtora pode reter entre 25% e 50% do valor pago, conforme estipulado no contrato.
Diante dessa situação, é essencial que o comprador acompanhe o andamento da obra, mantenha um registro das comunicações com a construtora e, se necessário, busque orientação jurídica para garantir que seus direitos sejam respeitados.